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Internacional

Israel continua impondo restrições "ilegais" à ajuda em Gaza, diz ONU

Israel e EUA afirmam que fluxo de ajuda aumentou nos últimos
Emma Farge – Repórter da Reuters*
Publicado em 16/04/2024 - 10:59
Genebra
Palestina 17/12/2023. Caminhões com ajuda humanitária na agem Kerem Shalom. Foto: Divulgação/ REUTERS
© Foto: Divulgação/ REUTERS
Reuters

Israel segue impondo restrições "ilegais" à ajuda humanitária para Gaza, disse o escritório de direitos humanos das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (16) , apesar das afirmações de Israel e de outros países de que as barreiras foram reduzidas.

A ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, desencadeada pelos ataques do Hamas na fronteira, em 7 de outubro, transformou grande parte da Faixa de Gaza em um deserto, com centenas de milhares de pessoas deslocadas e amontoadas em abrigos repletos de doenças.

A quantidade de ajuda que está entrando em Gaza é controversa. Israel e Washington afirmam que o fluxo de ajuda aumentou nos últimos dias, mas as agências da ONU dizem que ainda está muito abaixo dos níveis mínimos.

"Israel continua a impor restrições ilegais à entrada e à distribuição de assistência humanitária e a realizar uma destruição generalizada da infraestrutura civil", disse Ravina Shamdasani, porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, em uma coletiva de imprensa em Genebra, reiterando os pedidos de o ir.

Israel, que nega estar impedindo a entrada de ajuda humanitária em Gaza, tem enfrentado uma pressão internacional cada vez maior para permitir a entrada de mais suprimentos na Faixa de Gaza desde que atingiu um comboio de ajuda humanitária em 1º de abril, matando trabalhadores estrangeiros.

"Aqueles que entregam ou tentam ar a assistência humanitária nunca devem ser atacados", acrescentou Shamdasani.

Mais de 33 mil pessoas foram mortas em Gaza desde 7 de outubro, de acordo com as autoridades de saúde palestinas, e mais de 76 mil ficaram feridas. A guerra foi iniciada em resposta aos ataques do Hamas a Israel, nos quais 1,2 mil pessoas foram mortas e 253 feitas reféns, segundo registro de Israel.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) pediu um aumento nas saídas do território por motivos médicos de Gaza, dizendo que menos da metade dos pedidos foi bem-sucedida.

"Com pelo menos 70 crianças feridas todos os dias, precisamos que o número de saídas médicas aumente para que as crianças possam ter o aos cuidados de que precisam com urgência", disse Tess Ingram, do Unicef, na mesma coletiva de imprensa, descrevendo casos de crianças que ela conheceu e que sofreram ferimentos a bala e amputações.

"Seus corpos despedaçados e suas vidas fraturadas são uma prova da brutalidade que está sendo imposta a elas."

*Reportagem adicional de Nidal Al-Mughrabi, no Cairo